O choque simétrico e sistémico que representa a pandemia da Covid-19 coloca desafios estruturantes à União Europeia em matéria de política social e de emprego. A perspectiva de uma recessão económica superior a 8% e de uma taxa de desemprego próxima dos 10% em 2020 é um alerta para a necessidade, valor acrescentado e mesmo urgência de medidas mais rápidas, eficazes e ambiciosas. As desigualdades sociais e as disparidades regionais serão agravadas pela crise económica que resulta da pandemia e precisamos alterar paradigmas de forma permanente (e não só atenuar consequências) para preparar uma União mais preparada, capacitada e resiliente.
Defendo a prioridade de execução do Programa SURE e entendo que a sua dimensão financeira deve estar aberta a eventuais reforços, conforme as circunstâncias da pandemia. Concordo com o debate sobre um instrumento permanente desta natureza na União.
Acompanho a proclamação de uma União Europeia da Saúde, com o reforço de competências nesta matéria. Assinalo a necessidade de preservar programas como a Garantia para a Juventude ou o Eramus+ para combater o desemprego jovem. Sublinho a necessidade de relançar uma estratégia europeia contra a pobreza, em coerência com instrumentos como o Pilar Europeu dos Direitos Sociais.
(A9-0183/2020)