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Lídia Pereira questiona BCE

Durante a sessão Comissão de Assuntos Económicos e Monetários (ECON) no Parlamento Europeu, centrada no diálogo monetário com a Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Lídia Pereira alertou para afalta de convergência económica que continua a afetar muitas famílias europeias:

Quando olhamos para as nossas economias, ainda encontramos um mapa muito desigual. No crédito malparado, por exemplo, o meu país está numa triste posição cimeira, 56% acima da média europeia. Ainda há demasiadas famílias que não conseguem pagar os seus empréstimos e a que os apoios – quando existem – não chegam. Falta-nos convergência.

Em consequência, Lídia Pereira expressou a sua preocupação com a situação das famílias em Portugal questionando a Presidente do BCE: “Quando podemos esperar o alívio das taxas de juros que as famílias portuguesas tanto precisam, especialmente no crédito habitação?”

Em resposta, a Presidente Lagarde reconheceu a situação de maior fragilidade das famílias Portuguesas: “É um facto que em Portugal, devido às taxas de juro flutuantes, as famílias foram mais expostas ao pico das taxas de juro, necessário para controlar a inflação”. Porém, recorda: “Ainda estamos num processo de desinflação e não temos de momento evidência da diminuição da inflação para valores de 2% de forma sustentável.” o que permitiria começar a baixar as taxas de juro.

Lídia Pereira questionou ainda a Presidente do BCE sobre a demora na implementação do Sistema Europeu de Garantia de Depósitos (EDIS), uma proposta da União Europeia para estabelecer um mecanismo de proteção dos depósitos bancários em toda a Zona Euro, visando garantir uma maior estabilidade financeira e reforçar a confiança dos depositantes. Em resposta, Christine Lagarde reconheceu o atraso na instituição do mecanismo, o que torna incompleta, aos dias de hoje, a união económica e monetária.

De referir ainda que a Presidente do BCE, confrontada com a tentativa dos deputados do Partido Socialista em colherem um comentário político favorável sobre a situação económica de Portugal, advertiu: “O BCE não ser um “animal político.” acrescentando de seguida “não cabe à Presidente do BCE proferir comentários de natureza política, principalmente em vésperas de eleições nacionais.”

Resta lamentar que a confusão que o Partido Socialista tem vindo a instituir entre a independência dos mandatos dos bancos centrais face aos Governos nacionais não se cinja ao País e que lamentavelmente a queiram alargar ao contexto Europeu.

Pode assistir aqui aos principais momentos do debate, com impacto para Portugal, aqui, entre os minutos 10:25 e 10:31.