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O Plano Nacional de frustração da Juventude do PS

A fim de assinalar e celebrar o Ano Europeu da Juventude, o Partido Popular Europeu (PPE) realiza por estes dias a semana da juventude do PPE. Centenas de jovens líderes de toda a Europa, incluindo Portugal, terão a oportunidade de partilhar com os membros do Parlamento Europeu, Comissários Europeus e outros responsáveis políticos do PPE ideias e preocupações tendo em vista a resposta no presente para as jovens gerações.

Talvez a distância a Bruxelas dissipe o mérito e a responsabilidade das decisões e programas europeus nas respostas que têm vindo a ser dadas aos anseios dos jovens. Desde o sucesso do programa Erasmus, ao progressivo reforço dos programas de apoio às organizações de juventude, desde os tempos do programa juventude em ação até ao atual Erasmus+, passando pelos incentivos ao emprego jovem, no âmbito do Garantia Jovem e no atual “Next Generation EU”, ou nos apoios do Fundos Social Europeu, por exemplo, no âmbito do ensino superior, onde cerca de 90% nas bolsas de ação social escolar são financiadas por fundos europeus, até às medidas de combate às alterações climáticas, com o programa “Fit for 55”, ninguém tem feito tanto pelas novas gerações quanto as Instituições Europeias.

Esta preocupação e compromisso, tangível, quantificável e material, com as novas gerações, contrasta, infelizmente, com o compromisso e as medidas do Governo do Partido Socialista.

Recentemente, por ocasião da celebração do dia Internacional da Juventude, a 12 de agosto, o Governo publicou o 2º Plano Nacional para a Juventude contendo 5 eixos de ação, num exercício de autoelogio anabolizado com um investimento estimado em mais de 3000 milhões de euros.

Porém, a realidade teima em contrariar a política de “sorrir e acenar” do Governo, para cerca de 1/4 da população.

Em 2021, os jovens portugueses foram os que mais tarde saíram de casa dos pais. Aos 33.6 anos. O esforço para aquisição de habitação é dos mais elevados da europa: 63% sobre o rendimento. Cerca de 30% dos jovens encontram-se em situação de trabalho temporário. O dobro da média da União Europeia. Em março, o desemprego jovem em Portugal (até 25 anos) era cerca de 21%, quase 4 vezes superior à taxa de desemprego geral e quase o dobro do desemprego jovem da União Europeia e zona euro, que correspondia aproximadamente a 13.9%. Os jovens com ensino superior perderam mais de 10% do rendimento em menos de 10 anos. Este ano, com a inflação nos valores conhecidos, perdem um salário no final do ano. A participação jovem em processos eleitorais, entre os 18 e os 24 anos e os 25 e os 34 anos é inferior à média de 15 países europeus. No que respeita a cuidados de saúde, cerca de 1.3 milhões de pessoas continuam a não ter médico de família, há regiões do País sem cuidados de saúde maternos e apenas 30% das mulheres afirmam ter tido o primeiro filho na idade desejada. Mais de 5 milhões de portugueses têm seguro privado ou um subsistema de saúde, no Governo de obsessão pelo SNS.

O número de casos de corrupção na justiça disparou no último ano quase 50%. O peso da dívida total per capita não para de aumentar, sendo hoje 4 vezes o rendimento anual bruto de cada português, atirando para o futuro uma dívida brutal sobre as próximas gerações. No ambiente, este ano Portugal voltou a estar no pódio com a maior área ardida da europa: 26 mil hectares!

Portugal é o país que envelhece mais rapidamente na Europa.Em 1990, o rácio era de 66 idosos por cada 100 jovens. Hoje estamos nos 182 por cada 100. Em Portugal há quase duas vezes mais idosos do que jovens e crianças.

O número de estudantes do ensino superior que precisa de recorrer a ação social escolar não pára de aumentar ano após ano e o custo médio de alojamento de um estudante é superior a 400 € por mês. O número de estudantes que complementa o seu rendimento com um trabalho é dos mais baixos da Europa. Menos de 10% dos jovens estudantes portugueses estão empregados, em contraste com a média da União Europeia: 18,4%. Nos Países baixos quase 70% dos estudantes trabalham e estudam e na Alemanha e Dinamarca quase 50%. Nestes países a entrada de jovens no mercado de trabalho é mais eficaz e a autonomia dos jovens é maior.

A melhor politica de Juventude que o Governo apresenta às novas gerações é a porta de saída do País, a política de emigração. Segundo o Pordata, em agosto de 2021, emigraram de Portugal o dobro das pessoas de 1960.

Poderia continuar a apresentar mais dados para ilustrar o quão falhada tem sido a política do Governo para o futuro do País. Os Planos e as medidas apresentadas, mais de 400, são na verdade um vazio, sem respostas, sem resultados e sem esperança. As únicas políticas de apoio aos jovens em Portugal estão sustentadas por programas Europeus e por isso mesmo é fundamental colocar os jovens Portugueses no centro do processo político de decisão Europeu. Ao longo desta semana estarei lado a lado com centenas de jovens europeus em Bruxelas, tal como faço regularmente em Portugal, para dar algum alento e respostas a uma geração que apenas encontra desilusão e vazio neste Governo Socialista.

Portugal voltará a ser um País para jovens. Só precisamos de voltar a Acreditar…

Fonte: Observador