Em Portugal a probabilidade do filho de uma pessoa pobre ser pobre também é elevadíssima.
Somos um país em que seis em cada 10 portugueses ganham menos de 800 euros, e que tributa de forma brutal quem quer que seja que ganhe pouco acima disso. Somos um país que, em silêncios cúmplices, se arrasta há décadas na cauda da Europa. Na verdade, se há 25 anos nos dissessem que estaríamos assim em 2021 corávamos de vergonha. Pobres, num círculo vicioso de pobreza, incapazes de romper com os erros e os vícios que nos prolongam as dificuldades. Entre Novo Banco, TAP e outros erros gravíssimos desbaratámos recursos absolutamente fundamentais para possibilitar uma vida melhor aos portugueses.
Mas o pior trata-se de estarmos mesmo num círculo vicioso de pobreza e exclusão. Em Portugal o principal fator de exclusão continua a ser a pobreza. Não a raça, não o género, não a idade. A pobreza. Continua a ser esse o fator que limita a progressão social dos portugueses.
Veja-se, a título de exemplo, o recentemente publicado ranking das escolas em função dos resultados dos exames do Ensino Secundário e como nas primeiras 50 escolas não há uma única escola pública. Vou repetir: não existe uma única escola pública nas 50 melhores escolas. Isto depois de quase seis anos de Governo socialista, apoiado numa maioria de Esquerda que diz que adora a escola pública, mas depois a deixa sem recursos, com professores a serem colocados com meses de atraso, alunos sem computadores durante a pandemia, escolas sem assistentes operacionais e com equipamentos informáticos com 20 anos. A somar a isso, cavalgaram uma agenda de cegueira ideológica contra as escolas com contrato de associação, que permitiam a famílias sem recursos acederem a uma educação melhor.
Não podemos continuar inebriados pela cassete repetida de que desenvolvimento de um país depende da qualidade, investimento e prioridade na educação enquanto Portugal sobrevive estagnado na ambição de oferecer mais aos portugueses.
Não somos pobres por acaso. Somos pobres porque fazemos escolhas erradas e porque temos um país a saque, comandado por radicais que sonham com companhias aéreas deficitárias, controladas a partir do Terreiro do Paço, em vez de investir na educação e no futuro dos portugueses.
O socialismo precisa de limitar os sonhos e a ambição das pessoas para funcionar. Estamos há 25 anos neste pântano. Na economia (e no seu salário), como na educação, socialismo ou Liberdade.
Fonte: JN